sábado, 10 de novembro de 2012

O APRENDIZADO DA RESIGNAÇÃO


"Bem-aventurados os aflitos, pois que
serão consolados...Também podem essas palavras ser traduzidas assim:
Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as
dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas
passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente
na Terra, essas dores vos poupam séculos de
sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes
por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis
agora, o que vos garantirá a tranqüilidade no porvir." (ESE, pág 129)
Esse talvez seja um dos ensinamentos da Doutrina Espírita mais difíceis de se praticar. Em momentos de aflição, desespero, dor, somos levados a um desequilíbrio tão grande que costumamos procurar culpados a todo custo. E não raro chegamos ao ponto máximo de responsabilizar Deus!
- Como Ele pôde deixar acontecer isso com meu filho?
- Se Deus existe como deixou que essa catástrofe ocorresse?
- Como pode Deus deixar que exista tanta crueldade em nosso mundo?
É compreensível esse tipo de reação em momentos de extremo sofrimento, mas um conforto concreto desse tipo de situação em que todos estamos sujeitos só é possível quando passamos a conhecer realmente as causas dos fatos. E elas estão muito claras nos ensinamentos da Doutrina Espírita.
A consciência de que essa vida é apenas mais uma, das diversas experiências que temos em nossa caminhada de evolução espiritual, é o primeiro passo para que consigamos compreender os obstáculos que teremos que enfrentar em nossa atual existência.
É muito bonito quando conseguimos enxergar no sofrimento uma oportunidade. Uma chance de saldar nossas dívidas, tanto atuais quanto de vidas passadas, e com isso conseguir a reparação. Dessa forma, que Jesus nos trouxe o ensinamento de que "os aflitos serão consolados", pois estes estão quitando suas dívidas e conquistando sua liberdade.
É claro que essa quitação passa por um processo de reforma íntima, de esclarecimento do individuo, pois ela não ocorre caso continuamos a agir da mesma forma. A recorrência as nossas vicissitudes nos remete indubitavelmente a um acúmulo de sofrimento posterior. Por outro lado, a infinita sabedoria divina nos dá o livre arbítrio e a condição de aprender, avaliar e mudar nosso comportamento, sendo nós mesmos os responsáveis pela quitação ou acúmulo de sofrimentos.
Portanto, antes de julgar o próximo, antes de gritar pena máxima aos quatro ventos, apontar o dedo e jogar a primeira pedra, saibamos que todos vivemos em um mundo provas e expiações. A intolerância que praticamos hoje, não há dúvida que se voltará contra a gente como um boomerang. Por isso é tão difícil, mas ao mesmo tempo tão bonito, o esclarecimento de que "o inferno não está no outro", e sim, dentro de nós!


O entendimento da resignação nos remete então a outro ensinamento, da natureza de Deus. "Deus é infinitamente bom e justo!" E por isso mesmo nos deixa claro, que somos responsáveis por nossas alegrias e sofrimentos, por nossas boas e más escolhas, e por fim, pelo ritmo da evolução de nosso espírito!
Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está
como o operário que comparece no dia do pagamento. A
uns dirá o Senhor: “Aqui tens a paga dos teus dias de trabalho”;
a outros, aos venturosos da Terra, aos que hajam
vivido na ociosidade, que tiverem feito consistir a sua feli-
cidade nas satisfações do amor-próprio e nos gozos mundanos:
“Nada vos toca, pois que recebestes na Terra o vosso
salário. Ide e recomeçai a tarefa.” (ESE, pág 129 / 130)

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