RESPOSTA DE BEZERRA DE MENEZES, A UM QUESTIONÁRIO QUE LHE FOI PROPOSTO
SOBRE EVANGELIZAÇÃO INFANTO-JUVENIL
(Publicado pela Federação Espírita Brasileira (site)
1. Qual a importância da Evangelização
Espírita Infanto-Juvenil na formação da Sociedade do Terceiro Milênio?
Reconhecendo-se no Espiritismo evangélico a
presença do Consolador, do Paracleto, consoante as promessas de Jesus,
disseminando por toda a Terra as luzes cristalinas da Verdade e despertando a
consciência humana para a era porvindoura de uma autêntica compreensão
espiritual da Vida, não é difícil entender-lhe a abençoada missão
evangelizadora do mundo com vistas ao futuro onde as mais sublimes esperanças
de felicidade na Terra se concretizarão.
Considerando-se, naturalmente, a criança como o porvir acenando-nos agora, e o
jovem como o adulto de amanhã, não podemos, sem graves comprometimentos
espirituais, sonegar-lhes a educação, as luzes do Evangelho de Nosso Senhor
Jesus-Cristo, fazendo brilhar em seus corações as excelências das lições do
excelso Mestre com vistas à transformação das sociedades terrestres para uma
nova Humanidade.
O momento que atravessamos no mundo é difícil e sombrio, enquanto as sociedades
terrestres necessitam, mais e mais, dos tocheiros do Evangelho, a fim de que
não se percam nos meandros do mal ou resvalem nos penhascos do crime os
corações menos experientes e as almas desavisadas.
O sublime ministério da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil nos pede
prosseguir e avançar.
Nestes anos de transição que nos separam de novo milênio terrestre, é
imprescindível abracemos, com empenho e afinco, a tarefa da evangelização junto
às almas infanto-juvenis, tão carentes de amor e sabedoria, porém, receptivas e
propícias aos novos ensinamentos.
E isto, com a mesma ansiedade e presteza com que o agricultor cedo acorda para
o arroteamento do solo, preparando a sementeira de suas esperanças para
abundantes messes da colheita pretendida.
Assim, faz-se inadiável buscarmos os serviços que nos competem junto à
evangelização da criança e do jovem para que as comunidades terrestres,
edificadas em Jesus, adentrem o Terceiro Milênio como alicerces ótimos de uma
nova civilização que espelhe, no mundo, o Reino de Deus.
2. Com que intensidade o Plano Espiritual tem apoiado o Movimento de
Evangelização Espírita Infanto-Juvenil? Como isto se opera?
A missão educativa do Espiritismo às almas é tarefa por demais intensa,
contínua e crescente, buscando revelar a verdadeira luz e estimulando a fé
junto aos panoramas regenerativos da Terra, onde somente um Mestre, que é
Jesus, há de inspirar cada criatura em sua própria iluminação.
Assim sendo, sem improvisações, mas obedientes aos ditames dos Planos Superiores
da Vida, entrevemos legiões de obreiros espirituais insinuando e sugerindo,
orientando e estimulando, convocando e determinando, dirigindo e comandando,
participando e servindo, diretamente, no seio da evangelização, notadamente de
crianças e jovens, que representam esperanças dos céus nos jardins da Vida.
Mas, é importante salientar que o plano espiritual somando esforços ao trabalho
perseverante dos companheiros encarnados conta, sobretudo, com a fidelidade dos
servidores a Jesus, uma vez que na base do êxito almejado permanece a fiel
observância das lições evangélicas, sob os ditames do amor incondicional.
3. Como os Espíritos Superiores estão vendo a participação dos companheiros
encarnadas nas tarefas da Evangelização Espírita Infanfo-Juvenil?
Conquanto os operários da gleba humana disponham de livre-arbítrio bastante
para debandar ou desertar, esquecer ou adiar compromissos assumidos com a Vida,
anotamos, com júbilos imensos, a excelente caravana de denodados lidadores da
Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, de corações voltados para um melhor
desempenho, coesos no interesse de sempre produzir o máximo pela dedicação de
todos os dias.
São companheiros jovens ou adultos, de ambos os sexos, afanosos, idealistas,
conscientizados cada vez mais de que a obra não nos pertence, mas sim ao Mestre
Amado que, por misericórdia, utiliza a todos por instrumentos de iluminação do
mundo.
É notório que a especialidade da tarefa não se compraz com improvisações
descabidas, tão logo a experiência aponte o melhor e o mais rendoso, razão pela
qual os servidores integrados na evangelização devem buscar, continuamente, a
atualização de conteúdos e procedimentos didático-pedagógicos, visando a um
melhor rendimento, em face da economia da vida na trajetória da existência,
considerando-se que, de fato, os tempos são chegados...
4. Como os Espíritos situam, no conjunto das atividades da Instituição
Espírita, a tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?
Tem sido enfatizado, quanto possível, que a tarefa da Evangelização Espírita
Infanto-Juvenil é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas
pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à
obra educativa do homem.
Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica,
perderia sua missão de Consolador, renteando-se com a diversidade das escolas
religiosas no mundo que, embora úteis e oportunas, estiolaram-se no tempo
absorvendo posições de terminalidade e dogmatismo.
É forçoso reconhecer que Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização
do homem é como um templo sem luz.
Já tivemos oportunidade de lembrar que uma Instituição Espírita
representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus
sublimes programas de iluminação das almas, dedicando-se com todo empenho à
evangelização da infância e da mocidade.
5. Quais seriam as condições essenciais para que alguém possa desempenhar a
tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?
Nas bases de todo programa educativo o amor é a pedra angular favorecendo o
entusiasmo e a dedicação, a especialização e o interesse, o devotamento e a
continuidade, a disciplina e a renovação, uma vez que no trato com a criança e
o jovem o esforço renovador pela evangelização jamais prescindirá da força da
exemplificação para quem ensina.
Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último
instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da
dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus
aprendizes.
É justo pois que o evangelizador deva estudar e rever, quanto possível, todos
os ensinos da Verdade granjeando meios de descortinar caminhos de libertação
espiritual para quantos se lhe abeirem do coração dadivoso.
6. Que papel cabe aos espíritas que não atuam diretamente na Evangelização
Espírita Infanto-Juvenil, no crescimento e maior êxito desta tarefa?
Todos os espíritas engajados realmente nas fileiras da fé raciocinada quão
atuante devem estar, de certo modo, empenhados na tarefa da evangelização que
é, sem dúvida, o sublime objetivo da Doutrina Espírita.
Naturalmente que uns estarão com participação direta e maior soma de esforços,
enquanto outros permanecerão servindo em outras leiras, porém todos deverão estar
voltados para um mesmo alvo comum — a redenção do homem.
Desta forma nada mais recomendável que a solidariedade de propósitos na escola
de almas onde todos nos matriculamos.
Os responsáveis pelos Centros, Grupos, Casas ou Núcleos espiritistas
devem mobilizar o maior empenho e incentivo, envidando todos os esforços para
que a evangelização de crianças e jovens faça evidenciar os valores da fé e da
moral nas gerações novas. É necessário que a vejam com simpatia como um
trabalho integrado nos objetivos da Instituição e jamais como atividade à
parte.
O Movimento Espírita, acompanhando a dinâmica progressiva da própria Doutrina,
já vem deixando longe os primeiros tempos das reuniões somente para adultos,
com características próprias, fechadas...
Hoje se busca, sobremodo, oferecer o conhecimento iluminador à criança e ao
jovem, facilitando-lhes a renovação da mentalidade quanto à renovação do
caráter com vistas ao futuro do mundo, aprisco e Reino do Senhor.
A Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, assim, vem concitar a todos para um
trabalho árduo e promissor, no campo da implantação das idéias libertadoras, a
que fomos chamados a servir, pela vitória do conhecimento superior e pela
conquista da Vida Maior.
7. Que orientação os Amigos Espirituais dariam aos pais espíritas em relação ao
encaminhamento dos filhos à Escola de Evangelização dos Centros Espíritas?
Conquanto seja o lar a escola por excelência onde a criatura deva receber os
mais amplos favores da educação, burilando-lhe o sentimento e o caráter, não
desconhecemos a imperiosidade de os pais buscarem noutras instituições sociais
o justo apoio à educação da prole; e, assim, deverão encaminhar os filhos, no
período oportuno, para as escolas do saber, viabilizando-lhes a instrução.
Entretanto, jamais deverão descuidar-se de aproximá-los dos serviços da
evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação
espiritual da criança e do jovem diante do porvir.
Há pais espíritas que, erroneamente, têm deixado, em nome da liberdade e do
livre-arbítrio, que os filhos avancem na idade cronológica para então
escolherem este ou aquele caminho religioso que lhes complementem a conquista
educativa no mundo. Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa,
inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade
propícia à sementeira evangélica, os corações se mostram endurecidos, qual
terra ressequida, árida, rebelde ao bom plantio, desperdiçando-se valioso
período de ajuda e orientação. É então que somente a dor, a duros golpes
provacionais, poderá despertar para refazer e construir.
8. Que recursos os Amigos Espirituais poderiam sugerir com vistas à dinamização
da tarefa de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?
Os serviços da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil vêm caminhando consoante
seu ritmo próprio, segundo as possibilidades de seus colaboradores e dentro da
amplitude da gleba favorável.
Entretanto, renovando-se a mentalidade dos adultos, sejam eles pais ou
preceptores, diretores de Instituições ou servidores do Movimento espírita, com
esclarecimentos sobre a importância e necessidade da Evangelização Espírita
Infanto-Juvenil, haverá uma notável aceleração, uma ampliação mais sensível das
tarefas previstas.
Por esse motivo, são tão necessárias as campanhas de esclarecimento junto à
família cristã, às Instituições Espíritas, como também aos próprios
evangelizadores.
Não há dúvida de que, crescendo a demanda, se aprestarão novos colaboradores
para a ampliação das legiões evangélicas de encarnados e desencarnados, às
quais não faltarão os recursos da fé e as inspirações do Mais Alto para que se
efetivem as semeaduras da luz.
Por outro lado, o apoio dos novos métodos de ensino, na dinâmica pedagógica dos
tempos atuais, ensejará ajuda, estímulo e segurança ao Movimento Espírita de
Evangelização de crianças e de jovens, onde professores, educadores e leigos,
de corações entrelaçados no objetivo comum, continuarão a recolher dos Planos
Acima a inspiração precisa para conduzirem com acerto, maestria e objetividade
a nobilitante tarefa que lhes foi confiada em nome do Amor.
9. Qual o papel da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na expansão do Movimento
Espírita brasileiro?
Sem dúvida alguma, a expansão do Movimento Espírita no Brasil, em número e em
qualidade, está assentada na participação da criança e do jovem, naturais
continuadores da causa e do ideal.
Preparando-o convenientemente para o porvir, aformoseando-lhes uma nova
mentalidade cristã, será o mesmo que fornece-lhes recursos de crescimento para
a responsabilidade e para o dever, na conquista de si mesmos.
Entendemos que somente assim a Evangelização Espírita Infanto-Juvenil estará atingindo
seu abençoado desiderato, não apenas pela expansão do Espiritismo no Brasil,
mas, sobretudo, contribuindo para a formação do homem evangelizado que há de
penetrar a alvorada de um novo milênio de alma liberta e coração devotado à
construção de sua própria felicidade.
10. Como o Plano Espiritual vê a colaboração que o Brasil vem oferecendo a
outros países na área da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?
Inegavelmente o Brasil se tem evidenciado como o grande celeiro do Evangelho
nos dias atuais e, por sua destinação histórico-espiritual, há de espelhar, em
favor do mundo, as belezas evangélicas trabalhando a alma de seu povo, com
vistas à nova civilização do Terceiro Milênio.
Correm informações e previsões abençoadas, nas tradições espirituais, quanto ao
transplante da árvore do Evangelho do coração cansado da Velha Europa para o
regaço acolhedor e juvenil da Pátria do Cruzeiro.
Assim sendo, toda colaboração, em nome da fraternidade e da fé, que o Movimento
Espírita brasileiro possa oferecer aos países irmãos, nada mais será que
efetiva obediência aos programas com que o Mais Alto tem distinguido o Brasil
no concerto fraternal das nações.
Compreendemos que a grandiosa tarefa da divulgação evangélica junto à criança e
ao moço, mobilizando novos cooperadores nos países irmãos, é ação por demais
gigantesca de que o Brasil jamais desertará.
Não é, pois, sem júbilos imensos que o Planeta Espiritual tem acompanhado a
multiplicação dos primeiros esforços, o lançamento das primeiras sementinhas da
Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, que o Brasil, nossa Pátria do
Evangelho, tem mobilizado junto à ambiência acolhedora de outras pátrias irmãs.
11. Algo mais a ser dito?
Filhos,
Roguemos a Jesus pela obra que prossegue sob o divino amparo.
Que não haja desânimo nem apressamento mas, acima de tudo, equilíbrio e amor.
Muito amor e devotamento!
A Evangelização Espírita Infanto-Juvenil amplia-se como um sol benfazejo
abençoando os campos ao alvorecer.
O próprio serviço, sem palavras articuladas, mas à luz da experiência, falará
conosco sobre quaisquer alterações que se façam necessárias, enquanto, no
sustento da prece, estabeleceremos o conúbio de forças com o Alto, de modo a
nos sentirmos amparados pelas inspirações do bem.
De tempos em tempos ser-nos-á necessário uma pausa avaliativa para revermos a
extensão e a qualidade dos serviços prestados e das tarefas realizadas. Somente
assim podemos verificar o melhor rendimento de nossos propósitos.
Unamo-nos, que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona forças
para o cumprimento de nossos serviços, trazendo a fraternidade por lema e a
humildade por garantia do êxito.
Com Jesus nos empreendimentos do Amor e com Kardec na força da Verdade, teremos
toda orientação aos nossos passos, todo equilíbrio à nossa conduta.
Irmanemo-nos no sublime ministério da evangelização de almas e caminhemos
adiante, avançando com otimismo.
Os amigos e companheiros desencarnados podem inspirar e sugerir, alertar e
esclarecer, mas é necessário reconhecermos que a oportunidade do trabalho
efetivo é ensejo bendito junto aos que desfrutam a bênção da reencarnação.
Jesus aguarda!
Cooperemos com o Cristo na evangelização do Homem.
Paz!
Bezerra
(Mensagem recebida pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, em sessão pública no
dia 2-8-2982, na Casa Espírita Cristã, em Vila Velha, Espírito Santo.)